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Foto do escritorXiko Acis

A escola dos seus filhos e o “jeitinho brasileiro”


Depois de anos me dedicando ao ensino universitário da reflexão Ética e do agir Moral, percebi que a chance que nós brasileiros temos de entender com profundidade esses temas, é aprender enquanto estamos no ensino básico, fundamental e médio.


No ensino universitário, no qual ministrei aulas dessas disciplinas, o aprendizado já não foi suficiente para que os discentes praticassem no seu dia a dia. O “jeitinho brasileiro” se instala na tenra infância e os alunos seguem por esse caminho não virtuoso durante o resto da sua vida.


Para esses jovens aprenderem a reflexão ética e o agir moral, serão necessárias as organizações proverem esse aprendizado como estratégia de negócios. Assim, por “obrigação”, talvez alguns assumam uma postura ética para vida e esqueçam, definitivamente, o “jeitinho brasileiro”.


Voltando para as crianças e adolescentes, o problema é que a maioria das escolas infanto-juvenis não estão preparadas para ensinar esses temas como se deve. Para economizar, as escolas não utilizam filósofos para esse ensino onde os professores, geralmente formados em pedagogia, acreditam que se habilitam a ensinar os temas por meio da leitura de alguns livros e/ou procurando no Google. Nas minhas andanças por essas escolas, percebi que eles ensinam algo como cidadania e responsabilidade, mas não ensinam ética e moral. Eles não sabem ensinar esses temas com o rigor necessário para gerar uma reflexão transformadora.


Confundem os temas com valores familiares, valores religiosos e até valores cívicos. Tudo isso são “réguas” pessoais que servem só para a pessoa em questão. Não servem e não se aplicam para bem da coletividade. As pessoas que estiveram no vandalismo do dia 08/01/2023 em Brasília, na sua maioria, seguem esses valores. O conhecimento da ética e moral, está cima disso tudo.


Para as crianças e adolescentes aprenderem, deveria ser ministrado cerca de 08 horas/aula mês sobre os temas. Um total de 80 horas/ano. Ensinado desde o ensino básico (educação infantil/pré-escola) passando pelo ensino fundamento I e II até o ensino médio. Durante todo esse período (14 anos) os alunos teriam cerca de 1.120 horas/aula sobre Ética e Moral. Esse volume é o mínimo necessário para que elas assumam uma postura ética para vida e sejam pessoas virtuosas que possam mudar o futuro do planeta.]


Um desafio para você: Pergunte na escola dos seus filhos o que eles estão ensinando sobre ética e moral e qual a carga horária disso? Aproveite e pergunta qual a diferença de ética e moral e como eles ensinam e praticam com as crianças?

Você vai se surpreender com as respostas. (Se houver alguma).


Provavelmente você também não deve ter aprendido. Se você não estudou filosofia e na filosofia, ética e moral, o seu conhecimento de ética e moral é insuficiente para ensinar seus filhos. Depois do golpe de 1964 até 1986, o ensino da filosofia nas escolas públicas foi retirado. O governo temia que, se você não ficasse alienado, você se voltaria contra o próprio governo. Com isso, o exercício do pensamento crítico (função da filosofia) foi suprimido e desaprendemos a pensar no que é essencial e relevante.


Fomos ensinados a sermos predadores na vida. O ensino utilitarista (como está hoje estruturado) prometia e ainda promete a nos levar ao sucesso e conquistarmos bens materiais. Após 1964 e até hoje, ou seja, 59 anos, só aprendemos a “ser alguém na vida” através de posses que conquistamos. Como predadores, tudo o que vemos, são presas. Só nos importamos com o singular. Veja o caso das Lojas Americanas e muitos outros durante esses 59 anos. Gestores que sentem orgulho de serem bilionários. Sugam o que tem para ser sugado e depois jogam, literalmente, no lixo.


Os filhos da geração que nasceu entre 1964 até 2000 têm uma única chance. Mudar por meio da educação ética e moral para valer. Exija que a escola de seus filhos ensine ética e moral. Cobre esse aprendizado mesmo que você não saiba muito bem o que é. Se puder, aprenda também. Se precisar de ajuda quanto a bibliografia, fale comigo. Eu te ajudo.

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