No mundo onde a ética e a moral moldam a essência de nossa convivência e a evolução como sociedade, surge uma provocação crítica: a necessidade de compreender profundamente a tradição filosófica como o alicerce indiscutível de nossos princípios éticos e morais. Redefinir tais conceitos sem uma base sólida nesse legado é como construir um arranha-céu em solo arenoso - uma empreitada insustentável, repleta de riscos.
A jornada de reconfigurar nossas noções éticas é uma necessidade em constante evolução. No entanto, é imperativo que aqueles que embarcam nessa busca conheçam, antes de qualquer passo adiante, os conceitos originais, as sábias fundações estabelecidas pelos pensadores da filosofia ética e moral. Ignorar esse preceito é como navegar sem estrelas, um rumo incerto que ameaça diluir o propósito moral intrínseco.
O verdadeiro perigo reside naqueles que, alheios à profundidade filosófica, se aventuram a redesenhar a ética e a moral. Esses "oportunistas preguiçosos" perpetuam uma distorção dos valores morais, onde o inaceitável é justificado por meio de argumentos vagos e, em muitos casos, autos servientes. Tais abordagens podem minar o cerne da integridade ética e moral, lançando dúvidas sobre a legitimidade do discurso moral contemporâneo.
A redefinição imprudente de conceitos éticos não apenas desafia a tradição, mas também desencadeia uma confusão que dificulta o entendimento mútuo e a construção de consensos morais. A multiplicação de definições, frequentemente arbitrárias, dilui o valor da ética e da moral, e o terreno escorregadio abre espaço para manipulações questionáveis.
Portanto, aqueles que desejam contribuir significativamente para o campo da ética e moral devem, como primeiro passo, imergir nas águas profundas da tradição filosófica. Devem explorar a evolução dos conceitos ao longo de 2.500 anos, desde os dias de Sócrates, Platão e Aristóteles até as reflexões contemporâneas de pensadores como Peter Singer e Adela Cortina.
Não se trata de mero oportunismo, mas de um compromisso com o estudo estruturado e profundo. Está em jogo mais do que vender conceitos frágeis a incautos; trata-se de defender a integridade de nossa herança ética e moral.
Aos consultores que se apresentam como guardiões da ética e moral, faça as perguntas críticas:
Você estudou profundamente os clássicos da filosofia sobre ética e moral?
Compreendeu a evolução dos conceitos ao longo de 2.500 anos?
Estabeleceu um vínculo sólido entre suas novas interpretações e a tradição filosófica?
Garante que seus conceitos se sustentem em razoabilidade, coerência e congruência?
Seus argumentos são defendíveis e justificáveis diante dos estudiosos da ética e da moral, tanto no âmbito acadêmico quanto profissional?
Seus novos conceitos são verdadeiramente inovadores ou meras variações oportunísticas?
Você pode demonstrar que, ao adotar seus conceitos, a ética e a moral evoluem?
Quem mais, além de você, endossa seus novos conceitos com fundamento acadêmico?
Como reagem os eticistas e moralistas consagrados, eles veem suas ideias como uma evolução?
A quem serve, efetivamente, a adoção de seus novos conceitos éticos e morais?
O desafio à superficialidade ética e moral é fundamental para a construção de uma sociedade que abraça os princípios fundamentais e respeita sua tradição. O estudo, o rigor e a integridade são as ferramentas que nos levam ao entendimento profundo e à evolução genuína. Juntos, podemos elevar o padrão moral e construir um futuro mais ético e compassivo.
PS: Essa é minha análise sobre o Global Ethics Day que ocorreu dia 18/10/2023 aqui no Brasil
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